Desabafo de uma adulta índigo
Por: Mayara Vellardi
Sinto-me totalmente incompreendida, solitária mesmo que rodeada
fisicamente por pessoas de todos os tipos.
Desejo abraçar o mundo, mas não consigo me deixar abraçar.
Tenho uma vontade voraz de ser normal, escolher apenas um trabalho e seguir em frente pela subvida, satisfeita com o churrasco, o carnaval, a
cerveja e a novela...
Satisfeita com o salário baixo, com o chefe chato, com o sapato
apertado...
Satisfeita com a gastrite nervosa, com as reuniões prolongadas,
com as horas desperdiçadas...
Satisfeita em sorrir da desgraça alheia, em não chorar ao
ver um irmão sofrendo, em julgar tudo e todos o tempo todo com soberania...
Satisfeita em não pensar, não refletir, não raciocinar...
Satisfeita em não me incomodar com atitudes erradas, em não
ajudar o próximo, em zombar de quem faz a coisa certa...
Satisfeita com a pobreza, com a miséria, com a exploração
humana, desde que não seja com minha família...
Satisfeita com os maus-tratos aos animais, aos hominais, à
natureza...
Satisfeita com o desperdício de recursos, enquanto tantos
têm fome, sede e carência de abrigo...
Satisfeita com a intolerância, a inveja, o orgulho e a
vaidade, como se todos esses sentimentos fossem elementos necessários para a
boa convivência em uma sociedade nada doentia...
E com tanta falta de satisfação, compreendo que para ser normal
neste mundo animal, é necessário enlouquecer, pois a realidade é de esmorecer.
Dez!!! Por isso e bom entrar na loucura de vez em quando mesmo....já escutou a música Canção Agalopada de Zé Ramalho....amo essa loucura!!
ResponderExcluirBeijos
Obrigada, Bea!!! É isso aí mesmo, adorei a letra da música!!! Beijos
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