Discurso de uma oradora

Escrevi o discurso abaixo para a formatura da turma de dezembro de 2006 da Universidade São Judas Tadeu do curso de Jornalismo:

Boa noite a todos! É uma honra estar aqui! Que jeito mais comum de começar um discurso, né?
Quando soube que fui escolhida para ser oradora da turma, fiquei muito emocionada. Porque para mim, esses quatro anos foram os mais marcantes de minha vida.
Hoje vou falar com o coração, sem contar caracteres, nem me preocupar com o uso do gerúndio. Vou me expressar livremente, colocando toda a emoção deste momento tão mágico, que, com certeza, guardaremos por toda a vida em nossas mentes.
Foi uma longa jornada, tudo começou no vestibular, estudamos, e com esforço, conseguimos passar! Nos transformamos em bichos e bichetes, hoje somos aspirantes a Fátimas Bernardes, Willians Bonners e Glórias Marias.
Completamos mais um ciclo de nossas vidas, agora somos profissionais dispostos a exercer o verdadeiro intuito do jornalismo, uma comunicação objetiva e ética. Tudo isso devemos aos nossos professores, que nos ensinaram tantas coisas da profissão e também da vida, com atitudes surpreendentes, mas sempre ponderadas. Também devemos agradecer aos nossos familiares e amigos, que sempre tiveram paciência conosco, de aguentar as caras feias na época das provas, o stress por causa dos trabalhos em grupo, o choro por causa do cansaço, o convite de última hora, me ajuda, me dá uma entrevista. E principalmente, devemos agradecer a Deus, por sempre nos olhar e proteger em cada momento. E por mais que imaginássemos que Ele havia desaparecido, Ele estava lá, nos pegando no colo.
Início de ano, promessas, serei ótimo, vou me dedicar, só tirarei 10, não terei uma falta.
Meio de ano, se eu tirar uns sete ou oito ta ótimo, se eu tiver metade das faltas tá bom.
Final de ano, ai que pressão, meu Deus, não posso ficar de DP, preciso pelo menos ficar na média, não posso mais faltar, socorro.
Então mais um ano passava e a faculdade parecia interminável. Brigas, xingos, abraços e beijos, trabalhos entregues, sensação de dever cumprido. Professores apoiando, dando dicas, pegando no pé, chamando a atenção. Um barzinho de vez em quando, porque ninguém é de ferro.
Inquietação, pensamentos, lembranças, saudades, quatro anos, batalhando para pegar o diploma na mão, para dizer acabou, chega, mas ao mesmo tempo, o pensamento, agora vou enfrentar o mundo, o que farei não vale mais nota, agora é pra valer. Mas de repente um vazio, cadê aquela correria? Impaciência sexta à noite, quero ir embora, e agora, nos formamos, o que vamos fazer nos dias de semana à noite? Agora estou livre, mas sentirei saudades dos amigos que fiz.
Aprendemos muitas coisas, fazer matérias, tirar fotos, apresentar programas de TV e rádio, mas o mais importante que aprendemos, foi conviver, trabalhar em grupo, respeitar opiniões distintas e principalmente, muitas amizades se formaram, mas não só por quatro anos, mas sim por toda a vida. Gritos, choros, risadas, discussões, noites de sono perdidas, trabalho, faculdade, correria, somando tudo em quatro anos, o resultado é o diploma!

Agora vou ler uma pequena mensagem do jornalista Pedro Bial, que condiz com nossa necessidade de comunicar.

Escreva a sua história na areia da praia,
Para que as ondas a levem através dos 7 mares;
Até tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.

Conte a sua história ao vento,
Cante aos mares para os muitos marujos;
cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.

Escreva no asfalto com sangue,
Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida na
manhã seguinte pelos garis.

Abra seu peito em direção dos canhões,
Suba nos tanques de Pequim,
Derrube os muros de Berlim,
Destrua as cátedras de Paris.

Defenda a sua palavra,
A vida não vale nada se você não viver uma boa história pra
contar.
Pedro Bial

E para finalizar, pessoas grandes são aquelas que lutam por ideais, e hoje aqui devemos ter consciência que nossa profissão precisa de pessoas assim. Nossa conquista vai impulsionar outras buscas e abrir novos horizontes, sempre apontando para um futuro luminoso. E por acreditar que este dia chegaria, nos esforçamos e buscamos a cada dia nossos sonhos. Merecidamente vencemos e hoje os aplausos são todos para nós! Agora sim, amigos, podemos bater no peito e gritar com toda a convicção: somos jornalistas!

Mayara Vellardi Pinheiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou da postagem? Então deixe um recadinho para mim! Obrigada! :)