Por incrível que pareça, eu demorei muitos anos para descobrir que
tinha bulimia. E o pior, ainda descobri, assim, sem mais, nem menos, assistindo
a um programa na televisão.
Ainda bem que eu liguei naquele canal, aquele horário e que esse
era o assunto! Porque se eu não tivesse descoberto, não sei como estaria minha
saúde atualmente.
Essa descoberta se deu no ano de 2009, quando eu estava pensando
em emagrecer novamente. Eu havia começado uma dieta, por conta própria e para
mim, tudo estava indo bem, até que eu assisti a esse programa e comecei a
policiar meus últimos comportamentos.
Então, vi que estava cometendo um crime contra a minha saúde. Eu
tentava comer pouco e ficava horas e horas em jejum. Se eu abusava, andava
longas distâncias, inclusive no meu horário de almoço, na tentativa de queimar
as calorias. E o pior, quando eu comia muito, me sentia mal e ia para o banheiro
vomitar na maior naturalidade e logo após o vomito, me sentia aliviada e bem.
Desde que me lembro, comecei bem cedo a desenvolver a bulimia.
Porém eu nunca tinha me atentado a esse problema e meus familiares também não. Vou
dar alguns exemplos de como eu me arrastei com isso durante todos esses anos.
Eu ia a festas e comia tudo o que via pela frente, eu me sentia na
obrigação de comer tudo o que estava disponível na mesa, mesmo que, para isso,
eu tivesse que ir ao banheiro e vomitar, para poder comer de novo e de novo.
Em algumas ocasiões, quando eu estava muito nervosa ou mesmo
ansiosa, comia horrores, muita comida, muita mesmo e então, logo depois desse
abuso todo, ia ao banheiro para aliviar aquela minha angústia.
Cheguei a comer 15 pedaços de pizza, mais o refrigerante, depois
simplesmente vomitar e pronto. Cheguei a comer mais de um quilo de comida, mais
o refrigerante e enquanto eu não encontrasse uma forma de ir ao banheiro para
vomitar tudo aquilo, não sossegava.
Como vomitar era algo muito comum para mim, eu vomitava pelo menos
duas vezes por semana, eu não precisava comentar isso com ninguém, talvez tenha
sido por isso, que ninguém, nem eu mesma, tenho descoberto a bulimia antes.
Sem contar que mesmo se eu fosse ao banheiro vomitar, eu não saia
com aquela cara de acabada, porque para mim era uma sensação boa, de alívio e
eu já fazia isso há muito tempo, desde a minha infância, então meu corpo já
estava acostumado. E tem outro detalhe, eu não precisava colocar o famoso dedo
na garganta, era só eu pensar, quero vomitar e logo estava colocando tudo para
fora.
Sequelas de tudo isso? Graças a Deus foram poucas!
Desenvolvi gastrite cedo, desde os meus 13 anos fui diagnosticada
com gastrite e até hoje ainda sofro desse mal, tendo dores de estômago, refluxo
e todo aquele mal-estar chato que a doença proporciona.
Outra parte do meu corpo que notei que sofreu, foram os meus
dentes, eles ficaram bem sensíveis, aliás, essa sensibilidade foi aumentando
bastante com o passar dos anos, mas pelo menos, meus dentes estão aqui e
visualmente não dá para notar nada, não atingiu a parte estética!
Hoje sei que a vida toda sofri de transtornos alimentares, bulimia
e ansiedade. Parei de vomitar, ou posso dizer, que comecei a tentar não fazer
mais isso, a partir daquele ano. Claro que tive algumas recaídas, mas tenho
consciência do quanto isso me fez mal e o meu grande esforço está sendo
recompensado. Atualmente, é muito raro eu vomitar e se eu vomito é porque algo
me fez mal.
Como estou curando meus transtornos alimentares e a ansiedade, eu
vou deixar para um próximo post, que eu posso explicar melhor.
Por tudo isso que passei, quero deixar um recado!
Se preocupem em primeiro lugar com a saúde, depois com a estética,
pois muita gente comete loucuras para emagrecer e depois acaba perdendo o que é
mais importante, a saúde e o bem-estar.
A dica é, procure profissionais da saúde e siga suas orientações!
Cuide do seu emocional e tenha a consciência de que essa batalha é dia após dia
e que se você não mudar seu modo de pensar, pouco vai resolver todo o
sacrifício.
*Para entender a história completa, leia todas as postagens em:
*Quer visualizar as fotos das transformações minhas e do meu marido? Acesse:
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